sexta-feira, 7 de junho de 2013

Experiências de Leitura e Escrita


VIAGENS DE MINHA ESCRITA

 Um dos momentos mais marcantes de minha trajetória no mundo da leitura/escrita foi na minha infância quando recebi a minha primeira cartilha “Caminho Suave” , lembro-me da minha felicidade em manuseá-la e do cheirinho do papel novo que ela exalava, tomei-a em meus braços e senti-me a pessoa mais importante daquele momento. Por meio dela eu aprendi a caminhar no mundo das letras, imagens e histórias. E garanto que não fiquei traumatizada ela só me trouxe o “saber”.

Na minha juventude fui uma frequentadora assídua da biblioteca tanto municipal como universitária, onde percorria os corredores tentando escolher um dos tantos que ali tinham e viajei da literatura portuguesa (Amor de Perdição, Viagens de minha Terra...) a literatura brasileira (Dom Casmurro, Memórias de um Sargento de Milícias, Vidas Secas, Mar Morto...) até as profundas e tocantes poesias de Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade.

Como relata Marilena Chauí “O livro é um mundo porque cria mundos ou porque deseja subverter este novo mundo” e o meu mundo começou a mudar quando eu pude mergulhar nas profundezas de suas histórias e viajar por mundos nunca vistos, onde meu corpo não podia ir, mas a imaginação sim, esta ninguém pode aprisionar como relata Contardo Calligaris” A função essencial da literatura, a seu ver, é a de libertar o ser humano é o catálogo das vidas possíveis e impossíveis. Quanto maior for nossa liberdade, mais necessário se torna ter um catálogo de experiências possíveis para poder exercê-las. Porque ninguém é capaz de inventar uma vida a partir do nada.

E assim viajar de um livro a outro, percorrer suas páginas e desvendar seus segredos não importa a época e sim a fase, por exemplo: ler o “Pequeno Príncipe”, pode significar ter um novo olhar dependendo da época e da nossa maturidade.

Portanto LER é um ato que possibilita viajar sem sair do lugar é subverter a este novo mundo, quem lê consegue argumentar aprende a se expressar e consegue escrever melhor além de manter-se informado.

Termino com a fala de Moacyr Scliar “Todos os dias eu sento e escrevo, mas nunca com o mesmo número de horas”. Muita coisa eu jogo fora, pois acho que a cesta de lixo é a grande amiga do escritor.

Não sou escritora, demorei em encontrar palavras que dessem sentido ao meu depoimento, não usei o “cesto”, mas deletei várias vezes parágrafos escritos, até chegar a um texto próximo da minha realidade como leitora marcada na minha infância, mas que perdura até hoje “O encantamento pela leitura”.  

Depoimento Profa.Elida Ortega

HUMANIZAÇÃO ATRAVÉS DA LEITURA


O conhecimento humano desenvolveu-se em mim  em minha infância e adolescência; através da leitura e escrita. Deu-se  devido a formação escolar de meus pais, que eram bem simples, minha mãe não sabia ler e nem escrever; mas meu pai formado até a 4ª série nos ajudava muito. Saia ao trabalho todos os dias, e quando retornava nos auxiliava em nossas tarefas escolares. Incentivava minhas irmãs e eu a estudarmos. Aplicava testes para que pudêssemos sair bem na avaliação final do ano; e muitas vezes o que nos ensinava caia na prova; isto me traz grandes recordações.

Quando tinha meus 12 anos escrevia cartas para uma tia que não sabia escrever,  isto me dava prazer; pois ela falava que eu sabia escrever exatamente o que ela queria dizer. Quando a resposta da carta chegava eu a lia decifrando aquilo que foi escrito, escrito  por alguém que também sabia bem pouco de leitura e escrita. E com estes acontecimentos identifiquei-me com o depoimento de Antonio Cândido: " A literatura desenvolve em nós a quota da humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante."

Postado por Elisabete Neres Feitosa Brandão


HERANÇA FAMILIAR ATRAVÉS DA LEITURA

Antigamente, a família era um determinante na formação humana, cultural, social e comportamental do indivíduo. O  hábito e  o despertamento da leitura  e  escrita acontecia a medida que havia a iniciativa dos familiares. Podemos verificar através dos depoimentos de Gilberto Gil e Gabriel, O pensador em comum; a iniciativa de suas avós, que mostraram a eles o prazer pela leitura. 

Meus primeiros contatos com a leitura e a escrita na escola não foram tão agradáveis, pois não se podia ao menos pronunciar a palavra "gibi"; eu adorava essa leitura. Meus pais apesar de trabalharem muito e terem pouco estudo faziam questão que estudássemos; incentivando-nos a todo tipo de leitura, principalmente a escrever e ler listas de compras. Naquela época os livros não eram gratuitos, e sim muito caros. Hoje no espaço escolar são gratuitos, apresentados aos alunos como numa gôndola de supermercado; para todos os gostos e bolsos; porém poucos aproveitados.

Postado por Eliete Aparecida dos Santos Ramos

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