domingo, 16 de junho de 2013

“CURSO MELHOR GESTÃO, MELHOR ENSINO” Formação de Professores de Língua Portuguesa – 1ª edição 2013- Turma 124
 TEXTO: Avestruz – Mário Prata
Gênero: “Crônica narrativa”
 Proposta de Atividade
Esta atividade tem com finalidade apresentar aos alunos o gênero textual “crônica” e suas características principais e marcantes: foco narrativo, tempo, espaço e personagens.
A crônica é um gênero literário que tem sua temática ligada aos aspectos da vida social e cotidiana. Transmite os contrastes do mundo em que vivemos, apresenta episódios reais ou fictícios, diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada, utiliza-se da oralidade na escrita assim como a linguagem coloquial com uma boa pitada de humor para mostrar uma sensibilidade no contato com a realidade.
Ao término desta situação de aprendizagem espera-se que, o aluno seja capaz de reconhecer o gênero apresentado, o foco narrativo em 1ª pessoa e que consiga ter compreensão do texto lido, por meio de pesquisas e intertextualidade.
 Conteúdo
Definir o conceito de crônica, reconhecer os elementos da narrativa baseados na leitura do texto “Avestruz”, de Mário Prata.
 Estratégias
Estudo do gênero e dos elementos da narrativa; leitura e interpretação do texto.
 Recursos
Sala de Leitura (livros ilustrativos, revistas, jornais, dicionários) e informática (artigos internet on line e impressos), Sala de Vídeo (vídeos: documentários e filmes), giz, lousa, caderno, lápis de cor, canetinhas, papéis diversos,cola, tesoura, folha de sulfite.
 Avaliação
Réplica ilustrada com a produção de HQ e a construção de um mural com os trabalhos originais para contemplação e comparação.
 A vantagem de trabalhar com gêneros textuais é o significado da aprendizagem para o aluno, inclusive os aspectos gramaticais, ortográficos, leitura, coerência e coesão dentro do contexto. Está implícita a sequência didática entre a base do conhecimento e novas aprendizagens, a função principal da avaliação é de contribuir para a boa regulação da atividade de ensino, levantando informações úteis ao processo de ensino/aprendizagem. É a vontade de ajudar que instala a atividade avaliativa em um registro informativo, essa relação dialógica tem implicações claras no exercício de metacognição por parte do aluno, ao ajudá-lo a refletir sem receios e sem autoprotecionismos sobre sua aprendizagem. Além disso, numa relação dialógica, há uma superação de pensamento mercadológico de “eu tenho que estudar/para ter boa nota”, para uma finalidade sociocultural e pessoal- “eu tenho necessidade, eu quero, eu gosto de saber sobre isso”. Conseguir que os alunos cheguem a ser produtores da língua escrita, conscientes da pertinência e da importância de emitir certo tipo de mensagem em determinado tipo de situação social é tornar o ensino prazeroso e não obrigatório.
Portanto a avaliação torna-se formativa, torna-se processual e torna-se diagnóstica a partir do olhar do professor.
Atividade para ser desenvolvida em sala de aula como para casa.
 Público alvo: alunos de 6º ano/ 5ª série do Ensino Fundamental
 Tempo estimado: 06 aulas
 Objetivo: Trabalhar competências e habilidades de leitura e escrita do aluno:
 Ler de maneira autônoma textos de gêneros diversos e temas com os quais tenha construído familiaridade;
  • Desenvolver a capacidade de construir um conjunto de expectativas (pressuposições antecipadas dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre o gênero, suporte e universo temático, bem como sobre saliências textuais- recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio, etc.).
  • Confirmar antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura;
  • Utilizar inferências pragmáticas para dar sentido a expressões que não pertençam a seu repertório linguístico ou estejam empregadas de forma usual em sua linguagem;
  • Ser receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, por meio de leituras desafiadoras para sua condição atual, apoiando-se em marcas formais do próprio texto ou em orientações fornecidas pelo professor;
  • Compreender a leitura em suas diferentes dimensões- o dever de ler, a necessidade de ler e o prazer de ler;
  • Ser capaz de aderir ou recusar as posições ideológicas que reconheça nos textos que lê. (PCN, 1998,50)
Antes da leitura
1º movimento: Voz com o professor
  • Lê o título
  • Pergunta o que é um avestruz
  • A depender da resposta do aluno, ir conduzindo para compreensão do que seja o avestruz (alimentação de conhecimentos de mundo).
 1º Parágrafo
  • Há alguma palavra conhecida? (pedir para listar)
  • Por que o narrador se sente culpado?
 Durante a leitura
2º Parágrafo
  • O que você entende por entrega “em domicílio”?
  • Por que no texto, no texto, o narrador fala de entrega “em domicílio”?
  • Animais podem ser entregues em casa?
3º Parágrafo
  • O que seria um erro da natureza?
  • Já dá para saber qual é o sentido de “erro da natureza” no texto?
 4º e 5º Parágrafos
  • Qual é o sentido de “ter estoque no paraíso”?
  • Por que houve sabedoria em “dar” ao avestruz asas atrofiadas?
  • Por que ele assustaria voando?
 Habilidades de Leitura
Depois da leitura
 6º Parágrafo
  • Recuperar a descrição do animal
  • “Struthio Camelus Australis” – Você já ouviu essas palavras?
  • Você sabe o que é nome científico?
  • Você sabe de onde vem? (origem, latim...)
 7º Parágrafo
  • O que é menopausa?
  • O que é TPM (explicar que é uma sigla)
  • Por que a TPM de uma avestruz seria perigosa?
 8º e 9º Parágrafo
  • Por que o menino ficou muito feliz em saber quantos filhotes que o avestruz tem?
 10º Parágrafo ao final
  • O menino mudou de ideia?
  • Por quê?
  • Por que o narrador pede para sua amiga levar o menino ao psicólogo?
  • O que é ser gigolô de avestruz?
 Avaliação
Percepção sentimental
  • O que você achou do texto?
  • Ele é engraçado?
  • Por quê?
  • Onde você poderia encontrar um texto como esse?
  • Para quem você acha que o autor escreveu?
  • Qual seria o público alvo?
  • Você mudaria o título? (fazer com que justifiquem)
  • Você mudaria o final do texto (fazer com que justifiquem)
 Estudo do vocabulário
  • Dadas às palavras que o aluno escreveu durante a audição do texto, agora é o momento de pedir que procurem no dicionário e discutam a respeito dos possíveis significados.
  • Réplica Ilustrada
  • Pedir para que os alunos recontem a história que ouviram em HQ.
  • Continuidade do trabalho entre os próprios alunos.
  • Construir um mural com os trabalhos e o texto original para contemplação e comparação.
 Complementação de aprendizagem:
Para que o aluno possa aprofundar suas reflexões sobre o assunto, sugerimos assistir o filme “Os pinguins do papai” estrelado por Jim Carrey. http://www.adorocinema.com/filmes/filme
 Site: http://iguinho.ig.com.br/canalnatureza/avestruz.html
 Bibliografia
 BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes,1992.
 BRASIL, Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais-Terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: Introdução e Língua Portuguesa. Brasília MEC/SEF, 1998.
 DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. E organização. Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. 2 ed.,Campinas, SP: 2010. Campinas: Mercado das Letras, 2010
 HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Tradução por Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: ARTEMED Editora, 2001.
 PERRENOUD, Philipe: Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens- entre duas lógicas. Traduzido por Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999, 183p.
 PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/6º ano – Vol.2- Caderno do aluno (p.9) e caderno do professor (p.18). Disponível em www.marioprataonline.com.br.
 ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
 SCHNEUWLY, B.,DOLZ,J. Os gêneros escolares: das práticas de linguagem aos objetos de ensino,In: Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e Organização de Roxane Rojo e Gladis Sales Cordeiro. Campinas: Mercado das letras, 2004.
 VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
 VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
 Elida Ortega Breviglieri
15/06/2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Apresentação

Este Blog  destina-se ao programa de Formação de Professores de Língua Portuguesa à distância, oferecido pela Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo "Paulo Renato Costa Souza", da Secretaria de Estado de São Paulo, intitulado "Melhor Gestão, Melhor Ensino"; uma ação voltada à melhoria e incentivo da leitura e escrita em todas as áreas. Quer compartilhar  contribuindo  com o seu  conhecimento formando a nossa "colcha  de leitura e escrita" ?

Experiências de Leitura e Escrita


VIAGENS DE MINHA ESCRITA

 Um dos momentos mais marcantes de minha trajetória no mundo da leitura/escrita foi na minha infância quando recebi a minha primeira cartilha “Caminho Suave” , lembro-me da minha felicidade em manuseá-la e do cheirinho do papel novo que ela exalava, tomei-a em meus braços e senti-me a pessoa mais importante daquele momento. Por meio dela eu aprendi a caminhar no mundo das letras, imagens e histórias. E garanto que não fiquei traumatizada ela só me trouxe o “saber”.

Na minha juventude fui uma frequentadora assídua da biblioteca tanto municipal como universitária, onde percorria os corredores tentando escolher um dos tantos que ali tinham e viajei da literatura portuguesa (Amor de Perdição, Viagens de minha Terra...) a literatura brasileira (Dom Casmurro, Memórias de um Sargento de Milícias, Vidas Secas, Mar Morto...) até as profundas e tocantes poesias de Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade.

Como relata Marilena Chauí “O livro é um mundo porque cria mundos ou porque deseja subverter este novo mundo” e o meu mundo começou a mudar quando eu pude mergulhar nas profundezas de suas histórias e viajar por mundos nunca vistos, onde meu corpo não podia ir, mas a imaginação sim, esta ninguém pode aprisionar como relata Contardo Calligaris” A função essencial da literatura, a seu ver, é a de libertar o ser humano é o catálogo das vidas possíveis e impossíveis. Quanto maior for nossa liberdade, mais necessário se torna ter um catálogo de experiências possíveis para poder exercê-las. Porque ninguém é capaz de inventar uma vida a partir do nada.

E assim viajar de um livro a outro, percorrer suas páginas e desvendar seus segredos não importa a época e sim a fase, por exemplo: ler o “Pequeno Príncipe”, pode significar ter um novo olhar dependendo da época e da nossa maturidade.

Portanto LER é um ato que possibilita viajar sem sair do lugar é subverter a este novo mundo, quem lê consegue argumentar aprende a se expressar e consegue escrever melhor além de manter-se informado.

Termino com a fala de Moacyr Scliar “Todos os dias eu sento e escrevo, mas nunca com o mesmo número de horas”. Muita coisa eu jogo fora, pois acho que a cesta de lixo é a grande amiga do escritor.

Não sou escritora, demorei em encontrar palavras que dessem sentido ao meu depoimento, não usei o “cesto”, mas deletei várias vezes parágrafos escritos, até chegar a um texto próximo da minha realidade como leitora marcada na minha infância, mas que perdura até hoje “O encantamento pela leitura”.  

Depoimento Profa.Elida Ortega

HUMANIZAÇÃO ATRAVÉS DA LEITURA


O conhecimento humano desenvolveu-se em mim  em minha infância e adolescência; através da leitura e escrita. Deu-se  devido a formação escolar de meus pais, que eram bem simples, minha mãe não sabia ler e nem escrever; mas meu pai formado até a 4ª série nos ajudava muito. Saia ao trabalho todos os dias, e quando retornava nos auxiliava em nossas tarefas escolares. Incentivava minhas irmãs e eu a estudarmos. Aplicava testes para que pudêssemos sair bem na avaliação final do ano; e muitas vezes o que nos ensinava caia na prova; isto me traz grandes recordações.

Quando tinha meus 12 anos escrevia cartas para uma tia que não sabia escrever,  isto me dava prazer; pois ela falava que eu sabia escrever exatamente o que ela queria dizer. Quando a resposta da carta chegava eu a lia decifrando aquilo que foi escrito, escrito  por alguém que também sabia bem pouco de leitura e escrita. E com estes acontecimentos identifiquei-me com o depoimento de Antonio Cândido: " A literatura desenvolve em nós a quota da humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante."

Postado por Elisabete Neres Feitosa Brandão


HERANÇA FAMILIAR ATRAVÉS DA LEITURA

Antigamente, a família era um determinante na formação humana, cultural, social e comportamental do indivíduo. O  hábito e  o despertamento da leitura  e  escrita acontecia a medida que havia a iniciativa dos familiares. Podemos verificar através dos depoimentos de Gilberto Gil e Gabriel, O pensador em comum; a iniciativa de suas avós, que mostraram a eles o prazer pela leitura. 

Meus primeiros contatos com a leitura e a escrita na escola não foram tão agradáveis, pois não se podia ao menos pronunciar a palavra "gibi"; eu adorava essa leitura. Meus pais apesar de trabalharem muito e terem pouco estudo faziam questão que estudássemos; incentivando-nos a todo tipo de leitura, principalmente a escrever e ler listas de compras. Naquela época os livros não eram gratuitos, e sim muito caros. Hoje no espaço escolar são gratuitos, apresentados aos alunos como numa gôndola de supermercado; para todos os gostos e bolsos; porém poucos aproveitados.

Postado por Eliete Aparecida dos Santos Ramos

Perfil do grupo



Profª  Elisabete Brandão

Sou formada em Letras Inglês-Português,  pela Universidade São Judas Tadeu e   em Pedagogia pela Universidade Bandeirantes - SP em Supervisão e Administração Escolar. Estou muito feliz por participar deste curso.


Profª Elida Ortega
Sou formada em Letras com Pós Graduação em Metodologia para o Ensino do Português pela Universidade Braz Cubas em Mogi das Cruzes e Pedagogia pela Universidade Nove de Julho em São Paulo. Iniciei minha carreira como PEB I (1981 a 2000) e ingressei como PEB II em 2000, ambos os cargos na Rede Pública Estadual de Ensino. Gosto de estudar para atualizar-me e vencer novos desafios.




Profª Eliete Aparecida dos Santos Ramos

Me  formei em Letras na Universidade Brás Cubas,estou na rede desde 1986, atualmente leciono naE.E.Prof º Alice Romanos, em Suzano.Adoro aprender coisas novas e compartilhar minhas experiências